A infância é a etapa de maior desenvolvimento dos seres humanos. A partir dos 12 anos começamos com o ganho de crescimento do corpo. Com os olhos das crianças não é diferente.
Aproximadamente 90% do desenvolvimento da visão acontece até os dois anos de vida. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), 30% das crianças em idade escolar apresentam problemas na visão. Por isso, ressaltamos a importância das visitas regulares com um médico oftalmologista desde o nascimento. Ele poderá identificar alterações no desenvolvimento esperado a cada idade, assim como diagnosticar doenças precocemente, por exemplo. Conheça as doenças oculares mais comuns na infância.
Hipermetropia
A hipermetropia, ou dificuldade em ver de perto, é um termo comum que descreve uma visão desfocada dos objetos próximos, mas que são claros à distância. Desta forma, as imagens captadas são formadas após a retina, no início, a criança sente dificuldade para enxergar de perto. Com o desenvolvimento, o globo ocular cresce e esse quadro é revertido.
É possível, que devido ao desenvolvimento incompleto, algumas crianças não tenham reversão total do quadro e continuem a apresentar a hipermetropia.
O tratamento da hipermetropia em crianças é feito com o uso de óculos corretivos, especialmente quando há desvio dos olhos associado.
Miopia
A miopia ocorre quando a imagem não é corretamente focalizada na retina, o que provoca a dificuldade de enxergar. Então, quem possui miopia tem a imagem dos objetos formada antes da retina, provocando dificuldade para visualizar objetos à distância.
Em alguns casos essa doença é hereditária. No entanto, a fadiga ocular resultado do esforço para manter o foco em um ponto específico, também pode ser responsável pela sua origem. Com o uso excessivo de telas, pessoas que passam mais tempo em atividades externas apresentam menor incidência de miopia.
O tratamento para crianças pode ser realizado através de medicamentos (como colírio com atropina com diluição adequada que pode ser usado em casos específicos), óculos ou até mesmo lentes de contato.
Estrabismo
O Estrabismo é uma patologia oftalmológica que consiste no desalinhamento dos olhos. A maioria dos casos tem início na infância, mas também pode ocorrer durante a vida adulta.
Vale lembrar que até os seis meses de idade, o aparecimento do desalinhamento entre os olhos é normal, pois o bebê ainda não tem uma boa fixação das imagens na mácula. Após passar esses seis meses, os pais devem se atentar, pois, quanto mais cedo o tratamento começar, maiores as chances de cura.
Para o tratamento do estrabismo, temos algumas opções como o uso do tampão (ajuda a estimular a musculatura do olho mais fraco), utilização de óculos e cirurgias para alguns casos.
Ambliopia
A Ambliopia, ou popularmente conhecida como “olho preguiçoso” é o termo médico utilizado quando a visão se encontra reduzida, mesmo após correção visual com os óculos ou lentes de contato.
Sua causa mais comum é relacionada ao estrabismo ou erros de refração como:
- Miopia;
- Hipermetropia;
- Astigmatismo.
Seu tratamento deve ser precoce para o estímulo visual ocorrer de forma adequada.
Leucocoria
A Leucocoria ou “pupila branca” é uma condição que se caracteriza pelo reflexo branco da pupila, que impede a entrada da luz. Esse reflexo pode ser ocasionado por diversas doenças oftalmológicas, como:
- Catarata congênita;
- Doenças de coats;
- Retinopatia da prematuridade;
- Toxocaríase.
Para detecção desta condição, é utilizado o teste do olhinho. Esse teste projeta uma pequena luz sobre o olho do recém-nascido para observar o reflexo; caso ele esteja vermelho ou alaranjado, significa que o bebê está com a visão saudável.
Retinoblastoma
O retinoblastoma é um tumor maligno originário da membrana neuroectodérmica da retina embrionária, compreendendo 2% a 4% dos tumores malignos pediátricos, sendo assim, o tumor ocular é mais frequente na infância. Contudo, em razão dessa doença, o teste do olhinho deve ser realizado com frequência em crianças pequenas.
Em questão do seu tratamento, existe uma série de modalidades terapêuticas para o tratamento do retinoblastoma, após diagnosticado. Esse tratamento é dado diante da extensão da doença e se ela está atingindo os dois olhos ou apenas um.
Conjuntivite alérgica
A conjuntivite alérgica se caracteriza por coceira ocular, vermelhidão, inchaço das pálpebras, sensibilidade a luz e lacrimejamento excessivo. Para esse tipo de conjuntivite, é fundamental evitar o contato com o alérgeno que desencadeou a crise. É recomendado que os pais observem bem os sintomas, de modo a identificar qual é o agente causador. Caso não tenha tratamento correto, a conjuntivite alérgica pode desencadear riscos à visão.
Catarata congênita
A catarata congênita ou da infância é responsável por cerca de 10% dos casos de cegueira infantil, e por esse motivo, é considerado uma das doenças oculares mais comuns nos pequenos.
Sua principal característica é a mancha esbranquiçada na pupila. Esse problema costuma ser notado ao se tirar uma foto com flash, pois é quando a mancha se destaca. Essa alteração significa que existe a perda de transparência do cristalino, a “lente ocular”, que é fundamental para uma visão nítida.
Essa patologia é uma herança genética, ou seja, a presença de pais e outros familiares com catarata, aumenta a hipótese de uma criança desenvolver a doença.
Contudo, de todas as doenças oculares que citamos, na maioria das vezes o tratamento é beneficiado pelo diagnóstico precoce. Seja para impedir o desenvolvimento da doença, ou para não prejudicar o desenvolvimento escolar da criança. Por esses motivos, é fundamental as consultas regulares com o oftalmologista para que seja feito o acompanhamento oftalmológico desde cedo.
Entre em contato conosco e agende a consulta de seu pequeno.